sexta-feira, 18 de junho de 2010

CF 1 - Assessor Pessoal (MG Oliveiro Panzera)

REAVALIANDO O PAPEL DO ASSESSOR PESSOAL DE FORMAÇÃO


O presente estudo tem o intuito de colocar em questionamento a real preparação de nosso efetivo adulto, seja ele Escotista ou Dirigente Institucional, para bem desempenhar o importante papel que lhe é atribuído como Assessor Pessoal de Formação.

Transferindo a responsabilidade de acompanhamento, avaliação e solicitação de Nível para o adulto que esteja mais próximo daquele que está em preparação, foi sem dúvida, um importante passo dado pelo Escotismo, pois antes, toda a responsabilidade de formação estava nos Cursos, e, portanto, com os Diretores das Equipes de Formação.

A preparação do adulto vai muito além que simplesmente participar nos cursos ofertados pela Região ou Distrito. Sua atuação primordial é nas Unidades Escoteiras Locais, por isso mesmo, aí se encontra a melhor oportunidade de avaliação de seu progresso.

Os Diretores de Cursos, com raras exceções, não teriam como fazer essa verificação, haja vista a imensidade do território Nacional e a esparsa distribuição das diversas Unidades Locais.

A instituição do papel do Assessor Pessoal de Formação (APF) veio suprir essa lacuna há muito verificada. Contudo, nossa preocupação é se esse assessoramento está efetivamente nas mãos de pessoas capacitadas ou se apenas passam a cumprir u’a missão para a qual não estejam devidamente preparadas.

Lembro-me quando estava para aprender a dirigir e ouvia o seguinte conselho: “Não vá querer aprender com outro motorista já há mais tempo habilitado, vá para uma auto-escola, pois assim aprenderá o certo e sem os vícios do outro”. Pois bem, não estaríamos aqui incorrendo então nesse mesmo risco? Vá aprenda com os seus pares, veja e faça exatamente como ele anda fazendo, depois venha para o curso e terá que desaprender tudo quanto possa ter de vícios e reaprender da forma desejada. Então, volte para sua Unidade Escoteira Local e submeta-se à avaliação do mesmo adulto a que se reporta.

Podemos aqui ter duas situações: O cursante volta a fazer da mesma forma que seu APF, ou entra em conflito com o mesmo diante das incoerências entre o que ali é praticado e o curso feito.

Para reverter uma situação como esta, só podemos encontrar uma saída, que é justamente o contínuo aprimoramento de todos os adultos do Movimento Escoteiro. A oferta de cursos, módulos, oficinas e outras iniciativas de formação precisa ser seriamente incrementada, buscando-se, em contrapartida, o comprometimento dos adultos para se inscreverem nesses eventos.

Em grandes centros esse tipo de problema certamente não deve ser sentido, e por isso mesmo, possa até haver alguma resistência na aceitação do que aqui expomos. Contudo, no interior, onde a escassez de Diretores de Curso se faz sentir, podemos perceber esse triste e lamentável quadro de adultos bem intencionados, mas sem qualquer formação, à frente de Tropas ou como Dirigentes Institucionais. Muitas vezes passa longe o conhecimento dos fundamentos do escotismo a muitos adultos que se vêem na responsabilidade de prepararem seus pares. A exigência do Nível Básico de Formação na linha em que irá atuar como APF não pode ser negligenciada, mas todas as Unidades Escoteiras Locais possuem adultos suficientes com essa formação? Existe uma estatística atualizada, confiável e de fácil acesso para as equipes de Formação utilizarem e assim fazer um planejamento de ofertas de atividades de formação mais direcionadas e eficazes?

Somente com adultos bem formados poder-se-á oferecer um escotismo com base sólida e de qualidade. Em assim fazendo, podemos ver os frutos com o aumento de efetivo atendido.

Concluímos, assim, que o compromisso das equipes de Formação em ofertar, oportunidades de contínuo aprimoramento para os demais adultos é de primordial relevância para que os multiplicadores locais estejam cada vez mais bem preparados e possam efetivamente cumprir a missão que lhes foi outorgada como responsável por aquele que está em processo de aprendizagem.

SAPS!

Belo Horizonte, junho de 2010.

Oliveiro Ângelo Panzera - DCIM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentario